17 de junho de 2009

Uma Pequena Análise da Sociedade Cainita do Século XII. Parte II

Sociedade de Sangue

A viagem ao Baronato é rápida, porém tensa, em dez horas o sol raiará e qualquer atraso pode indicar a morte final. Os cavalos disparam. A noite mal deixa as estrelas iluminarem o caminho...
O relhinchar do cavalo espanta a todo... "Flechas sendo disparadas em nossa direção!", "Salteadores!".

Escuridão...

O breu começa a se formar, uma nuvem negra e espessa cobre toda a região. A noite já era aterrorizante e agora se tornara profana. Os cavalos assustavam-se e seus cavaleiros pressentiam o pior. Rapidamente uma grande área comparada talvez a um baronato inteiro esta coberta com aquela mortalha. Os cavalos sufocam. Os salteadores tentam prender o ar, mas é inútil. Aquela escuridão não era normal, pois invadia além dos olhos os pulmões.

Pouco a pouco ela se dissipa e seu controlador confirma os mortos. Um salteador desfalecido em uma arvore estrategicamente preparada para atacar. Pronto, agora não tinham mais empecilhos, chegou à hora de continuar o caminho. Com sorte chegariam ao primeiro raio de sol.

O bosque termina em um enorme descampado onde se pode ver uma enorme muralha de pedra musgosa. Provavelmente demarcando a área do local. Algumas silhuetas são possíveis de enxergar em guaritas que ficam ao lado das enormes portas de madeira, posta uma em frente à outra.

Alto! Que ventos trazem estes viajantes ao Baronato de Los Oros?" - A voz velha e cansada do que vinha de dentro da guarita transparecia um homem amargo e entediado por dentro.
Deixe estar Paco! estes que vem cá comigo são meus guardas pessoais" - A menina Evellin mostrava-se presente.
Desculpe senhorita, não havia percebido que era a senhora... ABRÃO AS PORTAS!

Sem perder tempo com palavras desnecessárias Evellin e seus guardas disparam pela estrada de terra, onde se avista um novo bosque. O bosque torna-se menor e menos assustador quando se chegam às plantações dos servos, onde se pode para enxergar pequenas casas de barro e mais tarde um aglomerado de pequenas casas. Já estavam na vila, um lugar pequeno, poucas casas, cerca de 50 habitantes, uma igreja, a praça central e a taverna de frente para esta ultima.

O Sol começava a sair por entre o bosque. Tímido, fresco e mortal...

O desespero das criaturas amaldiçoadas que vinham com Evellin tornavam-se visíveis. Os cavalos relhinchavam, seus montadores os apertavam, pois o sol da era visível. O barulho da cavalgada tornara-se mais intenso. Finalmente viram-se os portões da casa da baronesa. "É ali... Abrão os portões... Quem lhes ordena é Evellin filha da Baronesa! Rápido!". Os portões se abrem sem vacilo. Em fim abrigo. Os cavaleiros ainda desesperados correm ao encontro de seus quartos, sem pedir permissão para entrar, foram todos rudes e grosseiros "Meus aposentos, apresse-se!". Mas Evellin entendia tal agonia, era a maldição do sangue. A Maldição de Caim.

O Sol se fora. É noite em fim. As criaturas despertam, agora sim estão dispostas a pedir desculpas pela rudeza desta manhã. Apos arrumarem-se e saírem dos quartos, Agnaldo, o criado lhes indica:

- A Baronesa vós esperam na sala de jantar. Ela gostaria de conhecer os guardas que escoltaram sua filha.

Descendo as escadas, os quatro cavaleiros agora percebem a majestosidade do local. Digna de uma rainha. Mas agora que estão todos aqui, onde está o outro? Onde está aquela criatura asquerosa que atende por Papilo? Havia fugido antes de chagar ao baronato? Eles não notaram, pois a tensão havia tomado conta de seus corpos cadavéricos. Sem duvida este rato havia sumido, é assim que eles agem. Covardes.

Durante o percurso eles não haviam pronunciado uma palavra sequer. Chegaram ao grande salão de jantar. Muitos quadros e muita seda pendurados de forma artística por todas as paredes da sala. Uma enorme mesa, farta, um banquete para heróis. Na cabeceira estava provavelmente a baronesa, uma senhora de aproximadamente cinqüenta anos de idade, mas com um vigor fenomenal, de sua face escapava um sorriso tímido. A sua esquerda estava Evellin, cabisbaixa. E a direita esta um homem, aos trinta e poucos anos, parecia ser eclesiástico, pelas roupas e pelas jóias. Logo ao lado deste estava um rapaz mais novo, talvez possuísse a mesma idade que Evellin, mas sua aparência era de cansado, o peso de sua armadura bem trabalhada poderia ser um dos motivos. Sua expressão era de desgosto, ao seu lado estava escorada sua espada, ela a olhava, como se fosse o combate a única solução para sair daquele jantar entediante.

- Cavaleiros! Fico grato de conhecer os guardas que trouxeram meu tesouro, minha em segurança de volta ao lar. - A Baronesa anuncia-se ao levantar - Não fiquem tímidos - aproxima-se dos quatro - Evellin me contou sua pequena aventura na estrada. Gostaria de conhecer a graça dos seus heróis.
- Ragnar dy-Kendric. - o homem com traços nórdicos, ostentando uma poderosa armadura de batalha ajoelha-se a Baronesa e apresenta-se. Logo em seguida os dois brutamontes que estão ao seu lado imitam-no.
- Fernan de La Vega. Marques das terras de Vegas, ao leste deste baronato. - Este que falava era o mais alto de todos, um tremendo monstro.
- Dom Agostino. - Como todos fizeram, este outro gigante ajoelhe-se ao falar.

Em um gesto diferente dos outros, o menor e de aparência mais fraca, aproxima-se da Baronesa. Ela o percebe agora, pois os outros estão ajoelhados e não dificultam sua visão. Homem de bom gosto, com seda nobre, porém nota-se claramente que não é europeu, talvez seja mouro. "Ramsés II. è bom finalmente está em sua presença minha baronesa." Ele a encanta e beija sua mão gentilmente.

- Agora deixem apresentar meus filhos. - tomando o controle de volta, a mulher aponta ao homem que parece ser clérigo. - O mais velho é Paolo, diácono formado em Roma, administra a pequena igreja lá na vila, acredito que vocês tenham notado. O outro homem é Frederico, excelente guerreiro, é chefe da Milícia Oficial. Quanto a Evellin, vocês já a conhecem. - Conclui.

Os quatro se entre olham e em seguida cumprimentam os que acabaram de conhecer.

- Vou deixar-los sozinhos. Tenho negócios a tratar, espero que entendam. Porem deixo de sobre aviso que estão livres para andar nas minhas terras e espero que não cometam excessos, se é que entendem o que quero dizer. - um olhar ameaçador como o de uma loba que protege seus filhotes é lançado aos estrangeiros. - Outro detalhe, os aldeões não gostam muito de estranhos, então tenham cuidado.

A baronesa despede-se dos seus hospedes e de seus filhos. Atravessa a enorme porta de madeira com passadas secas e some no escuro, aonde as tochas e os candelabros não chegam a iluminar. Todos a olham partir como se temessem falar alguma coisa. O clima pesado passa quando Evellin levanta-se:

- Cavalheiros... Desculpem, mas esta manhã mal pôde agradecê-los. Obrigado por me trazerem em segurança. Vou tratar de certos assuntos e em quatro ou cinco dias partiremos. Até mais tarde. - ela segue pelo mesmo caminho que sua mãe.
- Não liguem muito para elas senhores. - O que fora apresentado como Paolo ergue-se de seu assento. - São ocupadas... Como passaram a Viagem? Minha irmã contou-me do incidente. Devem ser de grande confiança do Príncipe para mandá-los até aqui. É uma estrada perigosa e cheia de surpresas.

Poucas palavras foram trocadas com os dois filhos da Baronesa. Os quatro homens estavam estressados da viagem e seria uma boa idéia ir até a vila. Talvez a taverna. Conhecer as pessoas. Se forem passar uma semana ali tinham que conhecer o lugar. Por onde sair caso algo acontecesse ou a quem subjugar quando sentissem fome. Criaturas da noite, amaldiçoados, entretanto a maldição os impulsiona a ter que lidar com mortais de onde provem o alimento fresco. O sangue.

A descida até a vila não demorava muito, talvez uns trinta minutos a pé. A passagem era tranqüila, pois a mansão da baronesa erguia-se na parte mais alta do baronato. A estrada era pequena e cortava campos e plantações onde diariamente os servos cumpriam suas obrigações de acordo com os laços servis.
Em pouco tempo os quatro já estavam no centro da vila, onde havia uma pequena praça com uma fonte em seu centro, provavelmente os moradores tiravam dali à água que bebiam. Algumas casas cercavam o local e as duas maiores construções ali consistiam na taverna e a igreja.

Ramsés aproximou-se da fonte. Olhou os três entrarem na taverna. Estava a esperar alguém, talvez sua presa da noite, estava com fome, precisava se alimentar, a viagem da noite passada consumirá sua energia. Sentou-se e olhou as estrelas. Noite tranqüila.

Ragnar foi o primeiro a entrar na taverna. Todos lá dentro, cerca de sete homens, calaram-se. Em seguida, como se escoltasse aquele homem, os dois gigantes entram e os moradores que ali estavam assutaram-se. Melhor não mexer com eles. Sentaram-se a mesa. "Bebida e comida taverneiro." pedia Ragnar. "Sirva o que há de melhor!".

Olhando tudo aquilo, a impressão que os estrangeiros passaram ao taverneiro... Logo foram contrariados. Balbuciou algumas palavras, mas foi servi-los, afinal ainda eram clientes e precisava se manter.

- Vou ser claro. - firmemente Ragnar quebrou o silêncio entre os três. - Estou aqui em busca de negócios. Armas e guerreiros.
- Planeja uma guerra? - O maior dos dois, Fernan.
- Quase isso, mas primeiro gostaria de me proteger. Vi nesta viagem uma oportunidade de buscar o que procuro, por isso gostaria que fossem objetivos comigo. Têm algo a me oferecer.
- Sou Marques, vivo em uma zona de guerra, acha que não tenho meus servos fieis? - Olhando para Agostinho, Fernan fe-lo falar. - E você. Vi com Aloncio sabes o que partilhamos. O que tem a oferecer?
- A guerra não é um dos meus melhores investimentos, porém ainda a pratico. Sou um cavaleiro.
- Os dois oferecem algo que me agrada muito. O poder da guerra. Talvez possamos nos comunicar melhor. Nós podemos...

A conversa é interrompida por um grito repentino. Todos na taverna se assustam e levantam-se. O que ouve ali fora? Os habitantes daquele baronato sabiam, mas temiam em dizer. O grito do rapaz. Sabiam que era um homem, pois não era agudo como o de uma mulher, quebrará a concentração de Ramsés que estava ali ao lado de fora da taverna e dos que estavam dentro. Uma confusão se formou na taverna estavam todos curiosos para saber. Saiam de dentro como formigas desesperadas fugindo de um formigueiro a beira da destruição. Entre as formigas estavam Ragnar, Agostino e Fernan.

O populacho chegará ao local do incidente e tremeram. Havia sido um massacre. Trucidaram o homem. Não era um rapaz e sim um senhor de aproximadamente quarenta anos de idade, jogado de bruços no fim do beco entre a taverna e uma das casas. Próximo das pilhas de lixo no mesmo beco descansava as vísceras do senhor. "É o señore Aguilar!", "Pobre homem...", "Ó Cristo Rei, que brutalidade. Deve ser aquele assassino novamente." Logo alguns outros moradores que ouviram os gritos do senhor Aguilar aproximavam-se para ver o ocorrido. Homens sentiam náuseas e mulheres chegavam a desmaiar. Ragnar aproximou-se cauteloso, notará algo que ninguém ali notava. Uma rosa vermelha, próximo das vísceras. O assassino deixará uma assinatura, ele pensava. Talvez com aquilo pudesse ganhar a confiança da baronesa, se investigasse o caso e encontrasse o assassino poderia te-la como aliada.

Enquanto Ragnar fuçava o lixo, Ramsés e os outros dois viajantes perceberam uma mulher aflita com isso tudo. Ela chorava debruçada sobre o corpo. Seria a viúva ou a órfã de pai? Era uma mulher velha e cansada, sim a viúva do senhor Aguilar.

- Acalme-se minha senhora. Deus cuidará do seu marido, tenha certeza. - Ramsés tentou confortá-la, porem relutava em proferir aquelas palavras. O único deus em que acreditava era a Serpente. Se fosse digno, talvez Set buscasse aquela alma, afinal seu escolhido estava ali e havia algum propósito. Seria para conseguir almas para alimentá-lo? Uma possibilidade, as intenções do senhor da corrupção eram obscuras.

Enquanto a mulher chorava desesperada a chamada Milícia Oficial aproximara-se do incidente. Arrogantes como qualquer um que se intitula nobre, porem menos que um escudeiro, os oficiais iam empurrando as pessoas que transitavam curiosas. Sob diversas reclamações o que parecia ser o de maior patente pergunta sobre o ocorrido, a mulher chorosa reclama "Não vê o que acontece? o Assassino atacou meu marido e o estripou. O que vão fazer?". Tomando o marido falecido da mulher um oficial subordinado afirma que o corpo será levado a milícia para ser investigado. A mulher poderá ir, mas é só "O resto de vocês retornem para suas casas que amanha terão que trabalhar nas terras da baronesa. Que isso sirva de lição aos que perambulam pelas ruas esta hora da noite." Insensíveis. Porcos.

Ragnar percebeu que os seus três companheiros estavam interessados em ajudar a mulher de alguma forma. Calmo e compassadamente voltou ao baronato, sabia que vira aquela rosa em algum lugar. Rápido chegou à mansão da baronesa e suas intuições mostraram-se corretas. O jardim da Baronesa. Agachada sobre os jardins estava Evellin, distraída a cantarolar. A garota percebe a presença de Ragnar.

- Gosta de rosas? - ela o defere.
- Você que as cultiva?
-Desde criança. O jardim foi me dado de presente pelo meu pai antes de falecer. Veja esta rosa.

O nórdico analisa aquela pequena planta. Semelhante ao que encontrou na cena do assassinato. Planejava falar algo para Evellin sobre o ocorrido, mas agora alimentava desconfianças da garota. Seria ela a assassina? Ou apenas compactuava com ele. Talvez toda família estivesse envolvida, afinal a baronesa é um vampira. E porque ela cuidava tão mal do rebanho?

Ainda na vila os três estavam a acompanhar a senhora, agora viúva, chorosa pela perda.

- O que ocorreu senhora? Isso já havia ocorrido antes? - pergunta o Ramsés com expressão aflita, como se estivesse tomando as dores da mulher.

Com o choro agora diminuto ela responde calma e friamente. “Os assassinatos ocorriam antes, eram freqüentes. mas parou durante certo tempo. e agora isso." A face da mulher mudava devagar para uma expressão de ódio, ela sabia quem era o responsável e declarara abertamente aos que a consolavam. "Sei quem foi... Foi ela, a Bruxa. A baronesa."


7 de junho de 2009

Uma Pequena Análise da Sociedade Cainita do Século XII. Parte I.

Sociedade de Sangue:
6 de Março de 1185, Sábado.

É uma noite de primavera na boa Toledo. A calmaria da noite só é quebrada por que as noites de sábado na cidade são repletas de agitação. A maioria dos Nobres, alguns servos e burgueses que ostentam maiores condições reunen-se à praça principal de Toledo em frente a Igreja de São Bartolomeu.

Alguns membros, os que possuem títulos nobres estão a passear pela praça e os boatos corem das bocas destes galantes imortais:

"Parece-me que o Príncipe está a 'recrutar' membros para que lhe cumpra um favor."
"O que ouvi falavam sobre uma reunião amanha logo ao anoitecer aqui mesmo na Igreja de são Bartolomeu."
"Mas o Príncipe não está fora da Cidade?"

Outros membros, digamos, menos favorecidos não esperam uma oportunidade, mas estão intimados a cumprir tais tarefas, pois são estrangeiros que alimentam desconfianças, principalmente quando se trata de Serpentes...

"Ramses!"
"Sim, Sacerdotisa."
preciso que você ganhe a confiança do regente desta cidade. O Príncipe está a promover oportunidades a membros menos favorecidos. ele está a dar oportunidades de cumprir um favor a ele. e seria agradável se por acaso ele se afeiçoasse com você."
"O Príncipe, por ser um herege, pois não serve a Set deve receber um emcaminhamento, para assim governar esta cidade para único Deus que deve ser louvado. A Grande Serpente. E eu devo mostrar o caminho a ele."

...Ou Lobos...

"Meu príncipe..."
"..."
"Chamo-me Ragnar de Kendric. Vim das terras geladas do norte. E peço permissão a Sua Majestade, para instalar-me aqui nesta cidade, pois soube que há um comercio de armas fabulosos aqui e gostaria de conseguir algumas para mi e meus Cavaleiros. Como prova de minha gratidão pela hospitalidade, que não não ser negada, trouxe presentes..."
"Ragnar de Kendric...Vou aceitar seus presentes, bem como sua estadia aqui, pois seria descortês da parte de um Príncipe se recusasse depois de toda eloquência que chegou até mim. Entretanto para demonstrar sua lealdade por estar em minhas terras pedirei a você que encontre meu subordinado amanha logo ao anoitecer em frente a Igreja de São Bartolomeu, ele lhe indicará o que fazer por mim... Agora pode se retirar."

Na noite seguinte, exactamente as sete da noite, um pequeno grupo de mortos-vivos estava reunido em frente a Igreja de São Bartolomeu, eram em numero de cinco. Dois deles eram bem altos, gigantes eu diria e ostentavam brasões de famílias nobres, outro era baixo e magro, não vivia para o combate como outros dois, mas tinham algo em comum... uma ideia...
Quanto a Ramses e Ragnar estavam por lá, mas ninguém sabia de seus interesses reais ali.
A missa acabará de terminar, muitos mortais saiam da grande construção, entre eles o homem que era conhecido como Juan Valdez, braço direito do Príncipe:


"Entrem cavalheiros, vamos discutir nossos assuntos..."

O homem pálido estava bem vestido, porem as vestes não escondia sua malícia, tão pouco sua arrogância. Ele os conduziu por dentro da igreja em uma ala que ainda estava em construção, era onde ficaria a torre mais alta do lugar. Levou-os até um porão onde havia escadas, um sub-solo que remontava as antigas galerias subterranesa romanas, de fato eram estas galerias, a estrutura, as imagens na parede de antigos contos greco-romanos, porém Toledo se tratava de um lugar onde as mais diversas culturas se encontravam, logo deu para se notar o imenso tapete persa estendido na ultima galeria, a maior de todas. Podia-se avistar peças de seda na parede e um trono encostado em seu centro, atrás uma grande pintura de Rafael de laRoya, o Príncipe. em volta do trono estavam cinco cavaleiros armados, pareciam guarda-costas.

"Senhores! espero que compreendam: estão aqui por vontade própria. O Príncipe lhes deu uma oportunidade de 'cumprir um certo favor' a ele e vocês aceitaram. Contudo acredito que não fariam nada que possa colocar suas não-vida em risco."

"Fale logo Juan não nos deixe a esperar." - Uma voz surgia de repente do vácuo, impressionará a todos ali, até então haviam apenas os cinco guardas, Juan e os cinco cainitas. Porém agora via-se a horrível criatura...

Parecia um leproso, ele não tinha cabelo e as orelhas estavam feridas, pontiagudas. Seus dentes eram protuberantes, não apresentava presas, mas eram... pontiagudos, todos. Suas feições horrendas, ele acabará de sair de um conto de horror ou de um livro de bruxaria, não se sabia quem era a criatura, mas sabia-se que era um Nosferatu.

Silêncio. Tensão. Quem era aquela aberração Juan o conhecia? Chamara lhe pelo nome, claro que conhecia. O Clima quebrou assim que Juan continuou sua oratória.


"Se não teremos mais interrupções... Papilo... então posso continuar. O que farão é simples, Há uma garota, serva do Príncipe que precisa chegar as suas terras, o Baronato de Los Oros. Situa-se a dez horas de viajem daqui se não se aterem com muitas coisas e se viajarem com cavalos rápidos, e ela veio ao seu senhor, o Príncipe, pedir escolta para chegar ao local e você estão aqui para leva-la e trazer-la em segurança , acredito que Evellin, a rapariga de quem lhes falo, não demorará mais que 5 dias no baronato."

Neste momento escutasse passos secos descendo as escadas das câmaras. Quem seria? mais uma surpresa?
As tochas, que davam um iluminação agradável ao ambiente, iluminaram achegada do intruso. Era uma mulher, a mais linda delas, estava em sua melhor idade, algo em torno dos 21, cabelos negros e olhos brilhantes, usa roupas luxuosas e um medalha no pescoço. Era Evellin e ela encantara o coração decrepito daqueles mortos-vivos com sua beleza.

Chegou a hora de partir, levar a 'linda donzela' em segurança ao Baronato. Não havia tempo para se perder, pois em dez horas amanheceria e dormir na estrada não era uma boa ideia, principalmente quando não a conhece o sufiente
.

4 de junho de 2009

Juramento de Sangue

Sociedade de Sangue, Cronicas:

Durante aquela noite outras criaturas passeavam pelos bosques gelados do norte europeu, eram guerreiros furiosos abençoados por Odim e amaldiçoados por Hela.
O cavalgar de suas montarias quebravam o silêncio da noite, os urros e gritos bestiais de suas tropas afugentavam as feras selvagens, eles carregavam um estandarte: o da Rainha Brunhild, da Dinamarca e dos Vikings.

Atravessando as colinas polonesas e subindo os montes Prussianos avistava-se o castelo do Voivoda, era uma construção antiga da decadência do Império, a noite estava fechada o que dava a impressão do castelo ser maior ainda, com seus gargulas na fronte e duas grandes estatuetas de Orcus, o deus do submundo dos etruscos.

"General acho que chegamos"- a voz temerosa e cansada daquele mortal quebrava o clima de grandiosidade do castelo.
"Espero que a rainha esteja certa sobre esses demônios..." - Quem falava agora era o homem que ostentava maior autoridade - O General.

"Parem quem aproxima-se dos domínios do grande Voivoda Varmo Rieti? Saibam que este reino pertence a uma criatura maligna capaz de absorver suas almas e seus corpos. Se entrarem estarão por sua própria conta e risco." - A voz do guarda do portão ecoa assim que os viajantes aproximam-se.

"Somos Dinamarqueses, viemos em nome da Rainha Brunhild da Dinamarca, percebes o nosso estandarte. Estamos aqui para ter uma conferência com o seu senhor." - O general sempre presente.

"Avisei-lhes estrangeiros, os portões estão abertos para vocês e suas almas perdidas"

Passando os portões avista-se o castelo no topo de um monte e uma estrada que o corta ate chegar no destino sombrio até o voivoda. O monte é repleto por um bosque sinistro e nebuloso.
A noite é Fria e não se vê as estrelas, mas a noite fala com os viajantes, assobios repentinos do vento e o uivar dos lobos arrepiam suas espinhas, o suor lhe lavam as cabeças, não pelo cansaço, mas pelo medo!

A chegada até o topo do monte onde abriga-se o castelo não é demorado, caso houvesse demoras eles não sobreviveriam para cumprir seu destino.
Alguém os aguarda a frente do Castelo, parece ser o rapaz que cuida do estábulo, sem preocupações os cavalos são recolhidos e o primeiro pé toca na entrada do castelo e é como se tocasse em espinhos. Suas mão suam. A garganta engole seco. O clima pesa e fica difícil respirar... As portas se abrem... sozinhas...

Ouve-se passos secos na escuridão vindo a direção dos cavaleiro:

"Por aqui senhores, meus senhor esta a lhes aguardar."

Caminhar por entre aquele castelo é uma tortura para os corações mais puros, imagens ímpias estão por todo lugar que é tão doente quanto a peste que nos oprime.
O homem franzino e velho conduz os homens até um compartimento mais alto do castelo, onda há uma grande mesa redonda, varias pinturas pelas paredes e cortinas de cores fúnebres entre um obra de arte e outra, o ambiente é preenchido com solidão e impaciência, há um homem sentado à mesa. Ele está na cabiçeira do outro lado, parece ser alto, com aparência triste, saboreia um delicioso cálice de vinho[?]...Tão escarlate quanto sangue.

"Sentem-se cavalheiros são os meus convidados esta noite." - O homem triste do outro lado da mesa toma a atitude de falar e quebrar o silêncio, porém sua voz é pavoroso, e por ora disforme, não se percebe ele mexer um musculo que seja para falar.
"Senhor! Viemos em nome de nossas Rainha Brunhild"
"Sim, eu sei."
"Creio que ela saiba os termos do acordo. Não?"
"Sim, estamos todos cintes senhor. Enviará ajudo a nossa rainha em troca do seu 'gado' e do quinhão de guerra, o que inclui os de sangue poderoso."
"Podemos assinar o tratado então? Estenda seu braço direito."

O corte foi profundo, silencioso e rápido, nem o proprio general que que se dispôs a assinar em nome da rainha percebeu quando seu sangue escorreu para o cálice de sangue. Por outro lado, o Voivoda, faz questão apanhar seu punhal delinear seu pulso minuciosamente e perfura-lo vagarosamente... A dor lhe da prazer. Os outros cavaleiros, supersticiosos, torcem sua tez e revelam o pavor em suas faces.

"Agora beba cavaleiro, pois essa aliança será como a cruzada de Urbano II, auxiliaremos o seu reino e libertaremos o resto da Europa das mãos de cainitas insignificantes. Reinaremos como bestas selvagens deleitando-se em nossa devassidão. Que os lobos uivem para os quatro ventos, que os santos chorem em seu altares, que Cristo crucificado naquela cruz saiba: Hoje aliam-se sob juramento de sangue as Besta e os Demônios!"

A Parabola da Filha Mortal

Sociedade de Sangue, Cronicas:

Por que uma criatura imortal com essa se apegaria tanto a seres Inferiores? Ele à cria como se fosse uma filha, isso seria respeitável se não fosse degradante...
Mas quem ousa falar alguma coisa?
Sua atitude hostil com certeza mataria qualquer um que o questiona-se.
Por outro lado penso nos planos que ele possa ter. Intrui-la, alimentá-la enfim ensinar sobre o mundo e o quanto ele pode ser cruel, assim ela possa servir mais tarde.

"Minha filha, 0o que há de errado hoje?" - O ser que acabo de lhes falar dirige-se como um pai a pequena garotinha.
"Você. Nunca o vejo de dia e nem comes à mesa comigo, Quando diz que sais pra caçar nunca volta com a caça." - A Voz da garotinah cega a emocionar. "Porque mentes pra mim?"

"Vou lhe contar uma história sobre Caim e Abel, lembra-se da biblia? porém a nossa historia está escondida e não aparece na biblia como ela é realmente. Essa história conta a minha origem e a da minha raça. prepare-se para ouvir!"

"A história fala do nascimento de Caim e Abel, filhos de Eva e Adão, que representam homens que diante de Deus estão em iguais condições. Caim e Abel tiveram a mesma educação e acesso às mesmas informações sobre Deus, porém eram diferentes em características físicas, perfis e atividades.

Caim e Abel cresceram e já estavam moços. Estava na hora deles ajudarem seu pai no trabalho. Caim escolheu ser lavrador. Abel escolheu ser pastor de ovelhas. Ele as levava para o campo e procurava um bom capim para elas.

Mas quem fazia o trigo de Caim crescer? E quem dava novas ovelhas para Abel? Sim, era Deus. Tudo vem de Deus. Caim e Abel o sabiam bem porque seus pais falavam muito sobre isso.
Porque Deus lhes dava boas coisas sempre, eles queriam agradecer e Lhe dar alguma coisa em troca. Então ofereceram um sacrifício: Quando Abel queria oferecer um sacrifício ao Senhor, ele escolhia a ovelha mais bonita e a separava para Deus. Então ele fazia um fogo em cima de um monte de pedras, matava a ovelha e a deitava sobre o fogo. Assim o sacrifício estava preparado. Agora o sacrifício tinha que queimar. Enquanto fazia seu sacrifício, Abel se ajoelhava e falava com Deus: "Querido Deus, eu te amo muito. Tu cuidas tão bem de mim; por isso quero muito te dar esta ovelha em sacrifício, para te mostrar que sou grato ao Senhor".

Caim também oferecia um sacrifício a Deus. Porém, enquanto rezava, Caim pensava: "Por que devo agradecer a Deus se fui eu mesmo quem semeou o trigo e trabalhou pesado por ele?". E, do mesmo jeito que ouvia o que Abel dizia e pensava, Deus também escutava o que Caim estava pensando. Viu que Caim não o amava de verdade e por isso não aceitou o sacrifício de Caim. Também não tornou a vida de Caim alegre e feliz.

Caim percebeu isto e ficou furioso com Deus e com Abel. Principalmente com Abel. Ele teve inveja de Abel e pensou que Deus dava preferência para Abel. Cada vez que Caim pensava nisto, ficava mais e mais zangado. Às vezes, não conseguia nem dormir ou comer direito... Muitas vezes Caim era mau com Abel.

Um certo dia, Caim chamou Abel para um passeio pelo campo. Quando estavam sozinhos, Caim começou a brigar com Abel. Bateu nele com toda a sua força e fúria até matá-lo. Abel estava caído no chão e seu sangue escorria pela grama.

Deus perguntou a Caim onde estava Abel. Caim disse que não sabia. Ele foi mentiroso com Ele.
Deus disse a Caim: "Por que você fez isso, nada mais vai crescer para você. Você também não poderá mais morar aqui. Vai embora. Eu não quero mais saber de você! Como castigo, você nunca mais terá sossego e nem será feliz, nunca verás o sol que tanto te ajuda na colheita e teus filhos e os filhos dos teus filhos terão o mesmo destino. O sangue que escorreu do teu irmão será agora teu fardo, pois para lembrar tua injustiça terás que derramar o sangue dos inocentes". E assim Caim o fez.
"

"Eu minha filha sou descendente de caim, seu sangue corre em minhas veias e por isso sou amaldiçoadao. Por isso não vejo o sol, e não como a carne e nem trigo, meu unico sustento é sangue que os homens derramam, o sangue dos inicentes, o sangue de Abel."

"Agora apresse-se vamos terminar seus estudos. E Lembre-se nunca comente essa historia com qualquer um nesta corte, memo que seja um Duque ou Conde, eles não a compreederiam como a compreende."

2 de junho de 2009

A Familia Salazar

Sociedade de Sangue, Crônica:

Durante aquela noite, a criatura que vagava solitaria pelas ruas tinha um destino: Instruir. Sim essa era sua função, levar a sabedoria Grega aos grandes Nobres da cidade.
Porém não era apenas uma noite comum, ele agora se depararia com criaturas tão ou mais traiçoeiras que ele...

"Boa noite Senhor, meu nome é Henrique e sou professor do jovem Salazar."
"Acredito que seja tarde demais para meu neto tomar aulas, senhor" -
a voz morbida e dilacerante daquele estranho senhor rasga os ouvidos do jovem professor.

"Este é o unico tempo que dispus a ensina-lo, se não lhe agrada deve arranjar outro instrutor."


O Velho Salazar se cala e permite a entrada do erudito em sua residência...

Ah! A familia Salazar, uma das mais Nobres de Castela e com toda certeza a mais influênte, seus membros remontam a época dos celtiberos e a união entre os visigodos. Possuem, terras, bons acentos na Ordem Eclesiastica e renomados Mercadores. Ninguem ali ousa enfrentar seu poder, pois sabem que perderão não só seu renome, mas suas posses em nome de Deus.

A aula inicia-se, o jovem Ramom III mostra-se disposto a aprender, e seus aprendizados entram nas noites de Castela. Ao fim da aula e durante a despedida do Professor e do Aluno, Henrique nota uma presença estranha, sente um frio na espinha, as chamas das velas parecem tremular de forma tenebrosa e alucinate...

"Foi uma boa aula Professor." - A mesma voz, o velho Salazar.

"Estava a observar toda aula senhor?" - A voz tremulante do professor fazia-o parecer uma jovem amedrontada.

"Desde o inicio..."

O Frio na espinha novamente. Neste momento o jovem erudito apressa-se até a saida, porem sente que está sendo impedido pelo velho que joga-se em sua frente, tenta mante-lo na casa... mas o medo é maior e mais forte... finalmente a saída.

"Adeus Jovem Professor. Nos encontraremos outro dia. Durante suas aulas noturnas."

29 de maio de 2009

Ato I: Crainças da Noite

Capitulo I

“A noite esta fria e clara, as estrelas são as tochas desta noite um tanto... tenebrosa, a cidade está com um ar enigmático, todos sabem que algo acontecera. Mas quando? o que esta noite reserva a Sociedade do Sangue de Caim?"

Toledo, 2 de março de 1185...


Pelas vielas desertas de um burgo Castelão. Apenas um homem, aos passos rápidos caminha na escuridão. A aparência do rapaz não chama a atenção bem como suas roupas. Ele era um nobre, mas não portava brasão algum. O olhar distante e temeroso pela noite fria fazia-o suar, mas como? Sua pele era robusta, tão saudável quanto qualquer castelão que podia ver a luz do sol. Ele ofegava, mas com que motivação? Muitas poderiam pensar em sua caminhada, mas sua mente trabalhava realmente, não por ser um erudito ou nobre, mas por ter em suas veias a herança maldita de Caim...


Em outra parte da cidade, não tão longe dali, no Baronato de La Vega, dois homens estão a conversar. Homens? Não, não são homens, mas criaturas noturnas, porem a noite não chega a assustá-las, pois elas são feitas de escuridão, não em seus corpos, mas em seus corações. “Bem, meu filho...”, indaga o homem de cor moura, a cor da noite e do seu coração. “Esta é uma grande noite para você, para o nosso sangue. Infelizmente devo me ausentar por uns tempos, mas acredito e confio em você.”. Ele continua até que o jovem a sua frente retruca. “Não vou decepcioná-lo El Padriño, nem a ti, nem ao vosso sangue. A Noite é aliada de nossas almas, pois estão ligadas de forma divina e não hei de quebrar esse laço.”


Os Burgos castelões escondem muitos segredos, mercadores de varias partes da Europa se instalam aqui, alguns chegam a montar impérios comerciais, outros não tem tanta sorte. Há um mercador em especial nesta parte da cidade, um vendedor de tecidos, não um simples vendedor, pois ele é tão malicioso e traiçoeiro quanto uma serpente do Nilo, seu veneno é fatal até para os mais nobres cavaleiros. Ele não usa espadas ou ostenta brasões em campos de batalha, seu poder vem de um deus que percorre os desertos da África. Foi dito que seu sangue deveria servir ao deus serpente e assim ele renascerá.


Ah! A Cavalaria, quantas historias temos para contar, quantos heróis povoaram o mundo sob o brasão de seu Senhor. Aqui está mais um... Que forma de descrevê-lo, mais um! Outros heróis morreram em combate, de doenças ou em suas camas acariciados pelo tempo. Entretanto, o herói que vos digo é imortal. Seria tanta gloria para ele ser imortal e não poder ser lembrado como herói e sim como aberração? Seria tanta honra para ele lutar em prol de seu senhor que desapareceu a mais cinco séculos? O que pensar da Imortalidade então? Maldição. É a única palavra a ser considerada real ao cavaleiro imortal. Contudo, ele ainda ostenta um pouco de sensibilidade, pois na noite que vos descrevo, esta maldita criatura repousa sentado em sua poltrona à frente da lareira de sua mansão, o como se não bastasse sua arrogância, esta a ensinar erudições a sua jovem filha... Filha? Sim, são os laços humanos, estão por correr em suas veias... Até quando?